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Tipo: Dissertação
Título: Entre o racionalizável e o irracionalizável: uma resposta Kantiana ao problema da determinação do status nomológico do princípio de razão suficiente
Autor(es): Meotti, Derócio Felipe Perondi
Primeiro Orientador: Gaboardi, Ediovani Antonio
Primeiro membro da banca: Hirata, Celi
Segundo membro da banca: Hulshof, Monique
Resumo: O objetivo desta dissertação é investigar quais são as condições e os limites, dentro do sistema crítico da filosofia de Kant, sob as quais uma dedução transcendental do princípio de razão suficiente (PRS) seria possível e, por conseguinte, determinar seu status nomológico. Com vistas a esse propósito, a divisão dos capítulos se dará da seguinte maneira: i) no primeiro, tratarei do que devemos considerar como sendo a versão mais forte do PRS e como ela, na filosofia crítica de Kant, aparece sob o nome de “princípio supremo da razão pura”. Para realizar esse objetivo, apresentarei as razões pelas quais poderíamos considerar que a versão mais forte do PRS é aquela fornecida por Leibniz, e não as versões de Descartes, Hobbes e Spinoza, uma vez que a fórmula leibniziana visa estruturar o PRS de maneira que ele, como base do sistema, forneça unidade ao sistema do todo da realidade. Em seguida, apresentarei de que maneira um princípio especulativo de estrutura semelhante ao PRS de Leibniz se apresenta, na Crítica da razão pura, sob o nome de “princípio supremo da razão pura”, e não “princípio de razão suficiente”, expressão sob a qual, comumente, Kant se refere ao “princípio de causalidade”, cuja estrutura e alcance, apesar de semelhantes às do PRS, não lhe são idênticas; ii) no segundo capítulo, por seu turno, uma vez determinado de que modo o PRS aparece na filosofia crítica de Kant, examinarei sob que condições poderíamos determinar o status nomológico desse princípio, i.e., se devemos considerá-lo como uma máxima subjetiva, regulativa de nossa razão em suas investigações, ou como uma lei objetiva, constitutiva da própria realidade. Para isso, introduzirei de que maneira a “razão” e as “ideias”, à parte das limitações da sensibilidade, conduzem as categorias do entendimento à ideia do incondicionado. Em seguida, apresentarei as duas formas sob as quais o PRS aparece no sistema crítico: enquanto máxima subjetiva do procedimento da razão, de maneira que ele diz respeito antes a algo sobre a razão, e não sobre o mundo, e enquanto lei objetiva, onde a relação se inverte na medida em que nessa versão o princípio se refere a algo no mundo, e não ao procedimento que a razão adota. Por fim, apresentarei sob que condições poderíamos efetuar uma dedução transcendental do PRS, mostrando por quais razões a dedução transcendental da validade objetiva, i.e., constitutiva, do PRS, por depender de um objeto que não pode, sob hipótese alguma, ser objeto de uma experiência possível, seria, desse modo, impossível. Por fim, iii) no terceiro e último capítulo desta dissertação, mostrarei as razões que, de acordo com o método transcendental kantiano, tornam impossível a dedução transcendental da versão objetiva do PRS – i.e., a que está em questão na metafísica leibniziana. Iniciarei, assim, argumentando como a crítica kantiana, a partir de argumentos exclusivamente pré-críticos, se dirige e se mostra eficiente contra todas as principais formulações do argumento ontológico pré-kantianas, a saber, aquelas empreendidas por Anselmo, Descartes, Spinoza e Leibniz. Em seguida, e de modo a concluir essa investigação, argumentarei como, a partir do “giro copernicano”, a crítica kantiana ao argumento ontológico se estende, inclusive, à versão formulada pelo próprio Kant no período pré-crítico, de modo que, sem critérios para determinar de que maneira um objeto conforme ao conceito do incondicionado poderia ser considerado existente fora da ideia que dele temos, não temos como elevar o PRS do status de máxima subjetiva, regulativa da razão, para o de uma lei objetiva, constitutiva das coisas, retendo apenas a primeira, e apenas na medida em que ela serve de fundamento para impulsionar a razão, em seu interesse especulativo, a buscar a completude da unidade sistemática dos conhecimentos do entendimento.
Abstract/Resumen: The purpose of this dissertation is to investigate what are the conditions and limits, within the critical system of Kant’s philosophy, under which a transcendental deduction of the principle of sufficient reason (PSR) would be possible and, thus, determine its nomological status. Given this purpose, the chapters will be divided as follows: i) in the first, I will deal with what we must consider as being the strongest version of the PSR and how, in Kant’s critical philosophy, it appears under the name of “supreme principle of pure reason”. To achieve this goal, I’ll show the reasons why we could consider that the strongest version of the PSR is the one provided by Leibniz, and not those of Descartes, Hobbes and Spinoza, since the leibnizian formula aims to structure the principle in a way that it, as basis of the system, provide unity to the system of the all of reality. Then I’ll present how a speculative principle with a similar structure of Leibniz’s PSR appears, in the Critique of pure reason, with the name of “supreme principle of pure reason”, and not as “principle of sufficient reason”, expression under which Kant, very often, use to refers to the “principle of causality”, whose structure and scope, although similar to the PSR, is not identical to it; ii) in the second chapter, in turn, once it has been determined how the PSR appears in Kant’s critical philosophy, I’ll examine under which conditions we could determine the nomological status of this principle, i.e., whether we should consider it as a subjective, regulative maxim of our reason in its investigations, or as an objective, constitutive law of reality itself. For this, I’ll introduce how the “reason” and the “ideas”, apart from the limitations of sensibility, lead the categories of understanding to the idea of the unconditioned. Next, I’ll present the two forms under which the PSR shows itself in the critical system: as a subjective maxim of reason’s proceedings, in a way that it concerns rather something about reason, and not about the world, and as an objective law, where the relationship is reversed insofar as in this version the principle refers to something in the world and not to the procedure that reason adopts. Finally, I’ll present under which conditions we could effectuate a transcendental deduction of the PSR, showing for what reasons the transcendental deduction of the objective, i.e., constitutive validity of the PSR, by depending of an object that cannot, under any circumstances, be an object of a possible experience, would be, therefore, impossible. Thus, iii) in the third and last chapter of this dissertation, I’ll show the reasons that, according to the kantian transcendental method, make impossible the transcendental deduction of the PSR’s objective version – i.e., the one that is in question in the leibnizian metaphysics. I’ll begin, so, arguing how the kantian criticism, based on exclusively pre-critical arguments, addresses and shows itself efficient against all the main formulations of the pre-critical ontological arguments, that is, those undertaken by Anselmo, Descartes, Spinoza and Leibniz. Then, in order to conclude this investigation, I’ll argue how, from the “copernican twist”, the kantian critique of the ontological argument extends even to the version that Kant himself formulated earlier in the pre-critical period, so that, without criteria to determine how an object conforming to the concept of the unconditioned could be considered existent outside the idea that we have of it, we cannot elevate the PSR from the status of a subjective, regulative maxim of reason, to that of an objective, constitutive law of things, retaining only the former, and only insofar as it serves as basis for propel reason, in its speculative interest, to search for the completeness of the systematic unity of the knowledge of understanding
Palavras-chave: Kant
Leibniz
Filosofia
Causalidade (filosofia)
Metafísica
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal da Fronteira Sul
Sigla da Instituição: UFFS
Faculdade, Instituto ou Departamento: Campus Chapecó
Nome do Programa de Pós Graduação : Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/4683
Data do documento: 20-Out-2021
Nível: Mestrado
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Filosofia

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