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Tipo: Monografia
Título: O autoconsumo na agricultura familiar: o caso do município de Lajeado do Bugre
Autor(es): Censi, Adisson de Sá
Primeiro Orientador: Leite, João Guilherme Dal Belo
Primeiro membro da banca: Burg, Inês Claudete
Segundo membro da banca: Tironi, Siumar Pedro
Resumo: Este estudo demonstra a contribuição do autoconsumo na composição da renda agrícola familiar e discute as principais características associadas ao seu desenvolvimento. Também denominado como produção “pro gasto” ou para “aprovisionamento”, o autoconsumo referese a toda produção realizada pela família (horta, pomar, criação de animais etc.), cujos produtos são destinados ao seu próprio consumo. Foram pesquisadas 16 unidades de produção agrícola (UPA) familiar e 3 agentes de assistência técnica e extensão rural (ATER) do município de Lajeado do Bugre, região Noroeste do Rio Grande do Sul. A seleção das UPA’s passou por consulta com agentes de ATER, os principais critérios de escolha foram: i) Representatividade das famílias de acordo com o estudo e; ii) Acessibilidade para o levantamento de dados. A coleta dos dados foi realizada com o auxílio de questionário semiestruturado. O estudo foi dividido em 3 partes: 1º foram aplicados questionários sobre o autoconsumo aos agentes de ATER; 2º à 8 famílias que produzem pouco ou nada para o autoconsumo; 3º à 8 famílias que produzem bastante para o autoconsumo. Para as que produzem, foi levantado a renda agrícola da atividade, referente ao ano de 2018, considerando-se diversidade, quantidade produzida e todos os fatores de produção. Já para as que não produzem, foram levantadas as características associadas ao desinteresse com a atividade. Para o cálculo da RA do autoconsumo, foi feita uma pesquisa de mercado considerando o quanto a família gastaria, se deixasse de produzir na UPA e adquirisse os produtos no comercio local. A atividade possui uma grande diversidade, na qual são 169 produtos, divididos em: 47 frutas, 39 hortaliças, 35 medicinais, 13 animais, 13 processados, 12 temperos, 5 grãos, 2 fibras vegetais, 1 colmo, semente e lenha. A renda agrícola média anual é de R$ 10.006,02, o que corresponde a uma renda mensal de R$ 833,83. Os principias elementos na composição da renda são os de origem animal (37%), hortaliças (24,7%), frutas (12,5%) e lenha (9,2%). Outro aspecto positivo, é a demanda relativamente baixa de mão de obra, 262,30 dias de trabalho homem (DTH)/ano, e remuneração de 38,10 R$/DTH, podendo a família usufruir de folgas, feriados. Dentre os principais motivos associados ao desinteresse com o autoconsumo estão a escassez de mão de obra, e principalmente ocupações não agrícolas por parte das mulheres, entre outros. Adicionado a isso, a média de idade das pessoas aptas a trabalhar nessas UPA’s, é inferior à daquelas com autoconsumo forte, segundo o teste t de Student (α = 5%). Conclui-se que o autoconsumo é uma importante alternativa à geração de renda na agricultura familiar, diminuindo gastos com mercado, ealém de garantir autonomia socioeconômica à família, promove a segurança alimentar devido a sua grande diversidade produzida, distribuição ao longo do ano e qualidade dos produtos, que em sua maioria são livres de agrotóxicos. Sob o ponto de vista social, também se mostrou interessante, visto que valoriza o conhecimento passado de pais para filhos, fortalece relações entre vizinhos e amigos e incentiva o trabalho em grupo.
Abstract/Resumen: This study demonstrates the contribution of self-consumption to the composition of family farm income and discusses the main characteristics associated with its development. Also referred to as "pro-spending" or "provisioning" production, self-consumption refers to all production made by the family (vegetable garden, orchard, animal husbandry, etc.) whose products are intended for their own consumption. Sixteen agricultural production units (UPA) and three rural technical and extension agents (ATER) of the municipality of Lajeado do Bugre, in the Northwest region of Rio Grande do Sul, were surveyed. The selection of PAUs was consulted with ATER agents, the main selection criteria were: i) Representativeness of families according to the study; ii) Accessibility for data collection. Data collection was performed using a semi-structured questionnaire. The study was divided into 3 parts: 1st questionnaires were applied on self-consumption to ATER agents; 2 to 8 families that produce little or nothing for self-consumption; 3rd to 8 families that produce enough for self-consumption. For those that produce, the agricultural income of the activity was raised, referring to the year 2018, considering diversity, quantity produced and all factors of production. For those that do not produce, the characteristics associated to disinterest with the activity were raised. For the calculation of the RA of self-consumption, a market survey was made considering how much the family would spend, if it stopped producing in the UPA and purchased the products in the local commerce. The activity has a great diversity, in which there are 169 products, divided into: 47 fruits, 39 vegetables, 35 medicinal, 13 animals, 13 processed, 12 seasonings, 5 grains, 2 vegetable fibers, 1 stalk, seed and firewood. The average annual agricultural income is R$ 10,006.02, which corresponds to a monthly income of R$ 833.83. The main elements in income composition are animal (37%), vegetables (24.7%), fruits (12.5%) and firewood (9.2%). Another positive aspect is the relatively low demand for labor, 262,30 man-days (DTH) per year, and a remuneration of 38.10 R$/DTH, and the family can enjoy holidays, holidays. Among the main reasons associated with the lack of interest in self-consumption are the shortage of labor, and mainly non-agricultural occupations by women, among others. Added to this, the average age of the people able to work in these UPA’s is lower than those with strong self-consumption, according to Student's t-test (α = 5%). It is concluded that self-consumption is an important alternative to generating income in family agriculture, reducing market spending, and besides guaranteeing socioeconomic autonomy to the family, promotes food security due toits great diversity, distribution throughout the year and quality of the products, which are mostly free of pesticides. From the social point of view, it was also interesting, since it values the past knowledge of parents to children, strengthens relations between neighbors and friends and encourages group work.
Palavras-chave: Agricultura familiar
Sustentabilidade
Biodiversidade
Produção (economia)
Produção agrícola
Administração agrícola
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal da Fronteira Sul
Sigla da Instituição: UFFS
Faculdade, Instituto ou Departamento: Campus Chapecó
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/4761
Data do documento: 9-Jul-2019
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