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Tipo: Monografia
Título: Violência obstétrica em mulheres atendidas no Sistema Único de Saúde um um município do sul do Brasil
Autor(es): Vilela, Natasha Cecilia Silva
Primeiro Orientador: Borges, Daniela Teixeira
Primeiro coorientador: Silva, Shana Ginar da
Primeiro membro da banca: Borges, Daniela Teixeira
Segundo membro da banca: Lopes, Bruna Chaves
Terceiro membro da banca: Bagi, Juliana Morais
Resumo: Objetivo: analisar a frequência e as principais formas de violência obstétrica, assim como os fatores sociodemográficos e clínicos associados. Dentre os objetivos secundários, buscou-se avaliar a percepção acerca da ocorrência desta violência incluindo o conhecimento dos direitos e garantias. Métodos: estudo com delineamento epidemiológico transversal, realizado de dezembro de 2022 a abril de 2023 com mulheres usuárias de quatro unidades básicas de saúde na cidade de Passo Fundo, RS. Utilizou-se questionário estruturado para coleta de dados desenvolvido para o próprio estudo sendo as entrevistas realizadas nas dependências das UBSs. O principal desfecho avaliado foi a violência obstétrica (VO) mensurada a partir de um conjunto de 18 questões do instrumento de avaliação para determinar a ocorrência ou não de VO. Dentre as variáveis independentes investigou-se questões sociodemográficas e clinicas incluindo idade, escolaridade, raça/cor, renda familiar, situação conjugal, número de filhos, local de parto, satisfação com o parto, tipo de parto, realização do pré-natal, número de consultas, trimestre de início, recebimento de orientações sobre parto, recebimento de informação sobre qual local procurar na hora do parto e elaboração de plano de parto. A percepção sobre a ocorrência da VO, assim como o conhecimento dos direitos e garantias foi avaliado por meio de um conjunto de 7 questões sobre o reconhecimento da VO e seus direitos. Realizou-se estatística descritiva (n,%) e análise da distribuição do desfecho segundo variáveis independentes por meio do teste do qui-quadrado adotando-se um nível de significância estatística de 5%. Resultados: a amostra final foi composta por 159 mulheres, das quais 66% (IC95% 59-73) relataram sofrer algum tipo de VO durante assistência ao parto e/ou pré-natal, sendo física a principal forma de manifestação dessa violência. Foram demonstradas associações estatisticamente significativas entre VO e a cor da pele parda e amarela das mães (p=0,014) e tipo de parto vaginal (p<0,001). Aproximadamente metade das participantes não sabe o que é VO (45,3%) e entre as que relataram diretamente ter sofrido (10,7%), apenas 17,6% sabia o que fazer em termos de direitos e garantias. Conclusões: A prevalência de VO foi alta e o conhecimento das mulheres, assim como de seus direitos e garantias ainda é escasso. Importantes indicadores sociodemográficos e clínicos estiveram relacionados a essa violência, como a cor da pele e o tipo de parto. Portanto, é fundamental o desenvolvimento de atividades educativas que tenham como foco a mudança nos padrões que perpetuam a violência na assistência ao parto no contexto do sistema único de saúde no Brasil.
Abstract/Resumen: Objective: to analyze the frequency and main forms of obstetric violence, as well as associated sociodemographic and clinical factors. Among the secondary objectives, we sought to assess the perception of the occurrence of this violence, including knowledge of rights and guarantees. Methods: study with cross-sectional epidemiological design, carried out from December 2022 to April 2023 with women users of four basic health units in the city of Passo Fundo, RS. A structured questionnaire was used for data collection, developed for the study itself, and the interviews were conducted on the premises of the UBSs. The main outcome evaluated was obstetric violence (OV) measured from a set of 18 questions of the assessment instrument to determine the occurrence or not of OV. Among the independent variables, sociodemographic and clinical issues were investigated, including age, education, race/color, family income, marital status, number of children, place of delivery, satisfaction with delivery, type of delivery, prenatal care, number of consultations, the first trimester, receiving guidance on childbirth, receiving information about where to look for childbirth and preparation of a birth plan. The perception of the occurrence of OV, as well as the knowledge of rights and guarantees, was evaluated through a set of 7 questions about the recognition of OV and its rights. Descriptive statistics (n.%) and analysis of the outcome distribution according to independent variables were performed using the chi-square test, adopting a statistical significance level of 5%. Results: the final sample consisted of 159 women, of which 66% (95%CI 59-73) reported suffering some type of VO during childbirth and/or prenatal care, with physical violence being the main form of manifestation of this violence. Statistically significant associations were demonstrated between VO and mothers' brown and yellow skin color (p=0.014) and type of vaginal delivery (p<0.001). Approximately half of the participants do not know what VO is (45.3%) and among those who directly reported having suffered (10.7%), only 17.6% knew what to do in terms of rights and guarantees. Conclusions: The prevalence of VO was high and women's knowledge, as well as their rights and guarantees, is still scarce. Important sociodemographic and clinical indicators were related to this violence, such as skin color and type of delivery. Therefore, it is essential to develop educational activities that focus on changing the patterns that perpetuate violence in childbirth care in the context of the unified health system in Brazil.
Palavras-chave: Violência contra a mulher
Atenção primária à saúde
Assistência à saúde
Parto
Direito
Mulheres
Saúde materno-infantil
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal da Fronteira Sul
Sigla da Instituição: UFFS
Faculdade, Instituto ou Departamento: Campus Passo Fundo
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/6847
Data do documento: 2023
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