Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/4443
Tipo: Dissertação
Título: As veias seguem abertas: tráfico de bens culturais e colonialidades
Autor(es): Pandolfo, Ana Cristina
Primeiro Orientador: Lino, Jaisson Teixeira
Primeiro membro da banca: Bastos, Rossano Lopes
Segundo membro da banca: Silva, Emerson Neves da
Resumo: Com base nos principais conceitos e discursos sobre o patrimônio histórico e cultural, seus usos sociais e políticos e os diversos agentes e instituições nele implicados, esta pesquisa busca inscrever a cultura e os bens culturais nos debates sobre o colonialismo, as colonialidades e a luta anticolonial, argumentando-se que o fluxo do comércio e do tráfico de bens culturais, o processo de inscrição de bens tombados pela UNESCO e as lutas sociais seguem hoje as mesmas estruturas criadas pela dominação colonial. A pesquisa, inscrita no campo dos Estudos sobre o Patrimônio Cultural e sob a perspectiva da crítica anticolonial, deriva da investigação de variadas fontes e de extensa bibliografia, permite propor que a cultura e a arte não conseguem fugir às contradições do sistema econômico em que vivemos e sofrem as consequências de serem tratadas como objetos a serem produzidos, reproduzidos, apropriados e consumidos. Deixa, ainda, antever que o deslocamento dos bens culturais segue o mesmo fluxo imposto pelo colonialismo histórico, quando o saque de bens culturais legitimava-se pela força e supremacia político-militar do colonizador, e apontar que no mundo pós independência vigoram outros mecanismos de poder: a colonialidade e o imperialismo. Busca-se, assim, demonstrar que o comércio de bens culturais, seja ele legal ou clandestino, fruto de roubo, saque ou apenas de atos negociais desiguais, segue sangrando a América Latina e enriquecendo colecionadores e museus do norte global, isso tudo possibilitado por uma relação de dependência e ainda marcada por ideias coloniais. Cenário contra o qual, importa dizer, desenha-se uma pujante epistemologia anticolonial que busca construir, aliada aos movimentos sociais, um pensamento autônomo e plural, que inclua a grande diversidade humana e cultural e que, sem pretender ser universal, não se furta às lutas pela libertação e por um humanismo radical.
Abstract/Resumen: Based on the multiple concepts and discourses on historical and cultural heritage, its social and political uses, and the various agents and institutions involved in it, this research seeks to inscribe culture and cultural heritage on the debates on colonialism, coloniality, and the anticolonial zeitgeist, arguing that the flow of commerce and trafficking in cultural property, the process of inscription of listed sites by UNESCO and social movements today follow the same structures created by the colonial domination. The research, inscribed in the field of Studies on Cultural Heritage and under the perspective of anti-colonial critics, derives from the investigation of various sources and an extensive bibliography, which makes it possible to propose that culture and art cannot escape the contradictions of the economic system in which we live in, and suffers the consequences of being treated as an object to be produced, reproduced, appropriated and consumed. It also allows us to perceive that the displacement of cultural properties follows the same path imposed by historical colonialism, when the looting of cultural heritage was legitimized by the force and political-military supremacy of the colonizer, and to point out that in the post-independence world there are other mechanisms of power: coloniality and imperialism. The aim is thus to demonstrate that the commerce of cultural and historical objects, whether legal or clandestine, the result of theft, looting or just unequal business acts, continues to bleed Latin America and enrich collectors and museums in the global north, all made possible by a relationship of dependence and still marked by colonial ideas. A scenario against which, it is important to point out, emerges a powerful anti-colonial epistemology, designed to build, along with social movements, an autonomous and plural thought, which includes the broad human and cultural diversity and which, without pretending to be universal, does not flinch from the fight for liberation and radical humanism.
Palavras-chave: Patrimônio cultural
História
Colonialismo
Política
Ciências sociais
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal da Fronteira Sul
Sigla da Instituição: UFFS
Faculdade, Instituto ou Departamento: Campus Chapecó
Nome do Programa de Pós Graduação : Programa de Pós-Graduação em História
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/4443
Data do documento: 19-Ago-2021
Nível: Mestrado
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em História

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
PANDOLFO.pdf4,06 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.