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Tipo: Dissertação
Título: Comunidades rurais enfrentando a pandemia do covid-19: contribuições do modo de viver camponês agroecológico do MST para um modelo de desenvolvimento sustentável de combate a doenças
Autor(es): Schley, Andressa Roana Costa
Primeiro Orientador: Marques, Siomara Aparecida
Resumo: Este trabalho analisa como o modo de viver rural camponês Agroecológico do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) contribui para se pensar modelos sustentáveis de desenvolvimento e de enfrentamento a doenças como a pandemia do Covid-19. A pesquisa buscou compreender no que as características desse modo de vida influenciaram no enfrentamento da pandemia, analisando pontos como a autonomia de produção e de consumo rural e os espaços de moradias rurais como promotores de saúde, a atuação das mulheres e jovens na segurança em saúde e na prática da Agroecologia, o papel do MST no enfrentamento às diferentes crises vivenciadas durante a pandemia no Brasil a partir da política de isolamento produtivo e prática da solidariedade, e as demandas existentes. Com caráter de pesquisa social qualitativa participante, foram realizadas visitas in locu, entrevistas semi estruturadas individuais e com grupo focal para realização de estudo de caso no Assentamento Annoni, em Pontão, e Assentamentos Ceres, Rondinha e Tarumã em Jóia, Rio Grande do Sul. Foram priorizadas as coletas de dados das famílias a partir das mulheres e das/os jovens, mas sem excluir a participação de homens e as diferentes faixas etárias. A configuração do espaço rural, das moradias e dos trabalhos dos assentamentos em espaços abertos e não aglomerados, significou segurança em saúde em relação à transmissão do Covid-19 e essencial durante o isolamento social. Ficou evidente que uma rotina ativa não sedentária e a imersão na natureza como modo de vida são promotoras de saúde física e mental. A alimentação majoritariamente sem venenos e ultraprocessados, o uso rotineiro de plantas com propriedades medicinais e o acesso farto a alimentos nutritivos, compõem um conjunto ideal de vida saudável que as e os assentados do MST vivenciam rotineiramente. A partir da política do movimento de isolamento produtivo, foram realizadas campanhas nacionais de plantio de árvores e de doações de alimentos às famílias em insegurança alimentar. A partir das análises foi possível concluir que o modo de viver camponês e Agroecológico, o programa de Reforma Agrária Popular, assim como a forma de organização social e política do MST, comprovadas nos assentamentos citados, possibilitou um enfrentamento da pandemia do Covid-19 de forma segura, saudável, ativa e solidária, e devem ser reconhecidos como exemplos para modelos de desenvolvimento sustentável e saudável para o país. Leva-se em consideração também que, mesmo nesse quadro otimista, ainda existem demandas para avançar na qualidade de vida das populações rurais e apontamentos para tornar esses territórios mais preparados para enfrentar com mais qualidade situações parecidas com a pandemia.
Abstract/Resumen: This paper analyzes the Peasant Agroecology way of life at Landless Rural Workers Movement (known by MST) and how it contributes to debate sustainable models of development and to face diseases such as the COVID-19 pandemic. The research aims to understand how the specific characteristics of this way of life influenced dealing with this crisis moment, for example: the autonomy of rural production and consumption; rural spaces as health promoters; the role of women and young people in health safety and the practice of Agroecology; the MST experience in facing different crisis, especially during the COVID-19 pandemic in Brazil, based on what they called ‘productive isolation’, feeding their families and practicing solidarity, beyond other demands. As a participatory qualitative social research, it was used semi-structured interviews and focus groups of women and young people at Annoni Settlement, in Pontão, Ceres, Rondinha and Tarumã Settlements in Jóia, Rio Grande do Sul. The configuration of the rural space, housing and work in the settlements in open spaces and not crowded, meant health security in relation to the transmission of COVID-19 and it was essential during social isolation. In the research, it becomes evident that an active, non-sedentary routine and immersion in nature as a way of life promote physical and mental health. Food mostly free of poisons and ultra-processed products, the routine use of plants with medicinal properties and plentiful access to nutritious food, make up an ideal set of healthy life that MST settlers routinely experience. Based on the policy of ‘productive isolation’, national campaigns were carried out to plant trees and to donate part of the production to food insecure families. Based on the analyses that were made, it was possible to conclude that the peasant and Agroecological way of life, the Popular Agrarian Reform project in Brazil, combined with MST's social and political organization in occupation and settlements, made it possible to face the COVID-19 pandemic mostly safe, healthy, active and solidary way, and should be recognized as examples of sustainable and healthy development models for the country. It is also taken into account that, even in this optimistic scenario, there are still demands to improve the quality of life of rural populations and suggestions to make these territories more prepared to face situations similar to the pandemic with greater quality.
Palavras-chave: Promoção da saúde
Movimentos sociais
Pandemias
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal da Fronteira Sul
Sigla da Instituição: UFFS
Faculdade, Instituto ou Departamento: Campus Laranjeiras do Sul
Nome do Programa de Pós Graduação : Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/7671
Data do documento: 2023
Nível: Mestrado
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável

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