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Tipo: Monografia
Título: Redingotes, calças e cartolas: George Sand e a subversão através da indumentária por uma historiografia da moda
Autor(es): Zandonai, Adriana Natália
Primeiro Orientador: Gritti, Isabel Rosa
Primeiro membro da banca: Fraga, Gerson Wasen
Segundo membro da banca: Lima, Bruna
Resumo: A pesquisa explora a figura de George Sand (1804-1876), escritora francesa de origem aristocrática, que desafiou normas sociais e de gênero no século XIX. Nascida Aurore Dupin, atualizou o pseudônimo masculino para publicar suas obras e alcançar reconhecimento em um ambiente predominantemente masculino. Seu estilo de vestir-se com trajes masculinos é o foco central deste estudo, que analisa a indumentária como um reflexo e instrumento de rupturas sociais e culturais. Sand adotava roupas masculinas, como calças e redingotes, não apenas por conveniências práticas, mas como forma de transgressão e autonomia. Essa escolha permitiu-lhe circular livremente em espaços públicos e culturais de Paris, tradicionalmente dominados por homens, evidenciando as desigualdades de gênero da época. Embora sua intenção inicial fosse prática e não explicitamente feminista, sua postura tornou-se símbolo de emancipação. Enquanto a moda masculina privilegiava funcionalidade, a feminina era restritiva e ornamental, reforçando a subordinação das mulheres. Sand, porém, rompeu com essas convenções, usando trajes que desafiavam diretamente a autoridade masculina representada pela calça. A análise abrange representações de Sand na arte, como litografias de Alcide Lorentz e Paul Gavarni, que ora ironizam, ora admiram sua transgressão. Apesar das críticas misóginas, Sand era admirada por intelectuais e artistas de seu círculo, como Liszt e Dumas. Sua trajetória revela que o ato de vestir-se pode ser entendido como um "arquivo" de mudanças sociais, refletindo a luta pela liberdade e pela igualdade de gênero. George Sand é apresentada aqui como uma mulher que, ao desafiar as normas de gênero de sua época, não negava as diferenças entre os sexos, mas reivindicava o direito de participação ativa na sociedade, livre de limitações impostas pelas convenções de seu tempo. O presente trabalho, contudo, não se limita a glorificar Sand, procurando ressaltar sua figura como um estudo de caso no qual seja possível demonstrar como a moda pode funcionar também como um indicador de transformações históricas.
Abstract/Resumen: This research examines the life and legacy of George Sand (1804-1876), a French writer of aristocratic descent who defied the social and gender norms of the 19th century. Born Aurore Dupin, she adopted a male pseudonym to publish her works and attain recognition in a predominantly male literary environment. Central to this study is her distinctive choice of attire, particularly her adoption of men's clothing, which is analyzed as both a reflection of and a tool for enacting social and cultural disruption. Sand's preference for men's garments, such as trousers and frock coats, extended beyond mere practicality; it represented an act of transgression and a claim to personal autonomy. This sartorial choice enabled her to navigate through public and cultural spaces in Paris - traditionally male-dominated - with greater freedom, thereby exposing and challenging the prevailing gender inequalities of her time. While her initial motivations were pragmatic rather than explicitly feminist, her stance evolved into a symbol of emancipation. Men's fashion during the period prioritized functionality, whereas women's fashion was restrictive and ornamental, reinforcing their societal subordination. Sand, however, rejected these conventions, donning attire that subverted the authority symbolized by men's trousers. This study also explores artistic representations of Sand, such as lithographs by Alcide Lorentz and Paul Gavarni, which alternately mocked and admired her defiance. Despite facing misogynistic criticism, Sand earned the respect and admiration of many intellectuals and artists in her circle, including Franz Liszt and Alexandre Dumas. Her trajectory demonstrates that clothing can serve as an "archive" of social change, embodying struggles for freedom and gender equality. By challenging the gender norms of her era, Sand did not reject the differences between the sexes; rather, she asserted the right to active participation in society, unshackled by the constraints of contemporary conventions. However, this work does not merely seek to glorify Sand but instead presents her as a case study that illustrates how fashion can function as a marker and agent of historical transformation.
Palavras-chave: George Sand;
História da Moda;
Transgressões Sociais
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal da Fronteira Sul
Sigla da Instituição: UFFS
Faculdade, Instituto ou Departamento: Campus Erechim
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/8890
Data do documento: Dez-2025
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